Desenvolvido pelo TJSC em parceria com a UFSC, o mais completo mapeamento no Brasil sobre grupos reflexivos para autores de violência doméstica está em apresentação no México nesta semana, depois de ser debatido em cidades europeias. Trata-se de uma trilogia publicada pela Academia Judicial no fim do ano passado, que identificou 312 iniciativas do gênero no país.
Nos grupos reflexivos voltados para os homens, se discutem masculinidades, machismo e violência entre outros temas. A participação nesses encontros não constitui pena, mas uma intervenção técnica com o objetivo de prevenir a violência.
“Vídeos e palestras não vão ao cerne da questão, por isso é preciso refletir, é preciso fazer com que os homens pensem e falem sobre suas ações”, defende Michelle Hugill, secretária da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica (Cevid), do TJSC, e uma das autoras da trilogia.
Pesquisas mostram que, enquanto o índice geral de reincidência dos homens autuados no âmbito da Lei Maria da Penha alcança 50%, ele despenca para 10% entre aqueles que passam pelos grupos reflexivos.
O professor Adriano Beiras, coordenador da pesquisa que deu origem à trilogia e um dos autores da obra, ministrou curso formativo de 20 horas, concorrido e prestigiado, para os integrantes do sistema de justiça da Catalunha. Além disso, Beiras apresentou a trilogia em palestras em Oslo, Estocolmo e agora no México. “Nestas oportunidades, tenho centrado a discussão nas políticas públicas judiciárias sobre violência doméstica, com foco nas experiências latino-americanas”, diz o professor.
A trilogia
Publicada pela Academia Judicial, a trilogia “Grupos Reflexivos e Responsabilidades para Homens Autores de Violências contra Mulheres no Brasil: mapeamento, análises e recomendações, reflexões e experiências” é assinada pelos professores Adriano Beiras, coordenador do grupo Margens, da UFSC, e Daniel Fauth Washington Martins, psicólogo e pesquisador do mesmo grupo; pela desembargadora aposentada Salete Sommariva; e por Michelle Hugill – ela atua como pesquisadora do grupo Margens/UFSC.
O trabalho de grupos reflexivos em Santa Catarina, previsto na Lei Maria da Penha, é desenvolvido mediante parceria entre Cevid, Cocevid, Margens/UFSC, NPPJ e PPGP/UFSC. Trata-se de trabalho pioneiro no país sobre estudo de grupos reflexivos com autores de violência.
Denominada Projeto Ágora, a cooperação entre as instituições está sob a coordenação da desembargadora aposentada Salete Silva Sommariva, coordenadora honorária da Cevid, e do professor Adriano Beiras (UFSC).
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Imagens: Divulgação/Projeto Àgora
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros – Reg. Prof.: SC00445(JP)
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