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PEPA: 50 anos de jornalismo

Meu agradecimento!!!!!!

Neste 20 de janeiro completo 50 anos de jornalismo um constante aprendizado.. O tempo passa rápido, disso tenho absoluta certeza. Ainda guardo na memória histórias dos meus 5 anos, contadas por minha mãe, Dona Maria. Contava que aprendi a ler através dos jornais que meu pai, jornalista Dorval Gonçalves, costumava levar pra casa, na rua Martin Afonso, 268, Partenom (RS). Foi ali, numa pequena mesa da sala de visitas que minha mãe observou curiosa que eu estava soletrando as páginas de um jornal. Dali iniciou o amor pelo jornalismo, herdado do meu pai
Não posso deixar de citar o grande apoio recebido do meu saudoso tio, o compositor e também jornalista Demosthenes Gonzalez. Desde garoto peguei gosto por passar parte das férias escolares em sua residência, em Cachoeirinha (RS). Vereador, representante da Revista do Rádio e dono do Jornal dos Bairros,normalmente tinha uma tarefa para o sobrinho, que sempre faturava algum trocado e se sentia privilegiado com a companhia da secretária que costumava trajar uma excitante mini-saia que exibia um belo par de coxas.
Nem tudo, porém, ficava nisso. Me encantava ouvir as histórias de meu tio sobre seu tempo de preso político, na Ilha Grande , no Rio de Janeiro, ou quando assistia as peladas e vibrava com sua atuação no gol do time do Veranópolis, um time amador da pacata cidade.
Outro fato inesquecível, Os churrascos promovidos com a presença de grandes nomes da música brasileira. Posso citar entre eles, o mais admirado, Lupícinio Rodrigues, Jamelão, Túlio Piva e outros mais, embalando os encontros com o melhor da boêmia
Enfim, Porto Alegre fervilhava.Era a época do Paz e Amor, Woodstock, Beatles, Rollingtones e a Jovem Guarda do Tremendão Erasmo Carlos e o Rei Roberto Carlos. Eu cursava Técnico em Contabilidade (equivalente ao segundo grau) no Colégio Protásio Alves, na avenida Ipiranga, em frente ao prédio da Zero Hora. No período noturno cursava o Científico, no bairro da Glória, no Colégio Emílio Mayer.
Determinado dia fui comunicado pelo meu pai da decisão de transferir a residência para uma praia de Santa Catarina. Explicou que tratava-se de uma orientação médica , para morar no litoral. Como filho homem mais velho recebi a missão de acompanhar a família, num total de 11 irmãos, para proteger a minha mãe caso necessário. Dito e feito, missão cumprida entre andanças por Campinas (SP) Balneário Camboriú, quando dona Maria completou 83 anos e partiu para outro plano.
Chegamos a Balneário Camboriú em março de 1972. Amei a praia, estranhei a diferença com Porto Alegre. Aqui, embora tivesse conseguido matrícula no Colégio Bruno Silva, reiniciando o curso de Técnico em Contabilidade, estranhava muito a falta de outro tipo de atividade. Cheguei a receber convite para trabalhar no BESC (Banco do Estado de Santa Catarina),que estava inaugurando uma agência na cidade. A contrapartida considerei terrível: assinar a ficha de filiação na ARENA, proposta recusada de imediato.
Enfim,no dia 20 de janeiro de 1974 iniciei minha carreira profissional no Jornal de Camboriú, de propriedade do cartorário de registro de imóveis Olindor Ribeiro de Camargo, com a assinatura de meu pai como diretor-responsável com a condição de que eu fizesse parte da equipe. Poucos acreditam, mas o jornal, então impresso na Gráfica Andréa, de Laércio Lúcio dos Santos, era montado tipograficamente, ou seja, letra por letra (eram de chumbo). Eu tinha como uma das obrigações recolher o materialdos colaboradores e deixava na gráfica. E assim passava a semana. No sábado cedo, as páginas estavam prontas para as devidas mudanças e revisão. Daí começava a impressão. Depois de encartado o jornal seguia para a distribuição.
O Jornal de Camboriú teve vida curta. Tinha cunho eleitoral e depois das eleições, no mês de novembro, recebi a triste notícia de que havia fechado.A situação logo foi contornada pelo meu amado pai, que deixou passar as festas de final de ano e na segunda quinzena de janeiro abriu o jornal O Balneário Camboriú.
O jornal, um semanário, ganhou a logomarca de JBC. Passou por diversas etapas, enfrentou brigas políticas e prestou o objetivo principal de prestar a boa informação. Como na época não havia Faculdade de Jornalismo em Santa Catarina, rumei para a cidade de Campinas, em São Paulo, onde me formei em jornalismo na PUC. Enquanto isso trabalhei no Correio Popular durante seis anos e tive o privilégio de conhecer e trabalhar ao lado de profissionais como Carlos Tôntoli (secretário de redação), Antonio Carlos de Giulio (chefe de reportagem), Jânio Henrique Valin, Renato Otranto, Roberto Leal,, Fernando Shwartz, José Dias Paschoal, Luiz Roberto Saviani, Nelson Chinaglia, Antonio Perri, Uma turma que me acolheu. apoiou e ensinou muito, deixou grandes recordações, fazendo o verdadeiro jornalista. Paralelamente exerciam funções extras em grandes jornais como O Globo, Folha de São Paulo, TV Campinas, Rádio Educadora, Jovem Pan e por aí afora. Na época fiz muito free-lancer na sucursal do Estadão, com Beto Godóy, Rádio Central.
Nos dois últimos anos de Campinas trabalhei no Diário do Povo, então ligado a Orestes Quércia. Aceitei o convite de Romeu Santini, grande homem público, vários mandatos de vereador na cidade pela qual guardo muito amor. Olha que tem história,mas não vou me prolongar porque a amada Kátia Perini me aguarda para uma caminhada pela orla maravilhosa. Aproveito para deixar o meu muito obrigado ao pessoal de Campinas.
Retornei a Balneário Camboriú em dezembro de 1986. Reabri o JBC em junho de 87, transformei em jornal diário em torno de 93-94. Depois fundei o SC Turismo, Passei a fazer trabalhos de assessoria de imprensa, passei pela AMFRI, Assembléia Legislativa, Me aposentei e tive a iniciativa de abrir o Blog do Pepa.
Agradeço o apoio de todos os amigos . Com saúde e paz vamos longe. Meu muito obrigado

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