Em meio à crise climática e ambiental que assola o país e a poluição e mau cheiro da praia central de Balneário Camboriú, a vereadora e pré-candidata a prefeita Juliana Pavan (PSD), apresentou um projeto que altera à Lei que criou a Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa), em 2005. A proposta legislativa visa aumentar os investimentos em programas de preservação e ambiental da autarquia, dobrando os recursos destinados a esses fins.
Pelo projeto a Emasa terá de investir pelo menos 2% de sua arrecadação bruta anual em programas ambientais, enquanto o índice atual é de apenas 1%. Considerando que o orçamento anual da Emasa gira em torno de R$ 170 milhões, os recursos destinados a esses programas passariam de R$ 1,7 milhão para R$ 3,4 milhões.
“Também incluímos o termo educação ambiental no texto, para garantir projetos pedagógicos junto à rede escolar de Balneário Camboriú e assim, preparar as futuras gerações com foco em prevenção e valorização do meio ambiente”, destaca a vereadora.
“Mau cheiro chega a arder as narinas”, reclama moradora
A necessidade de tais investimentos (que complementem o tratamento convencional de esgoto) é evidente nos problemas enfrentados pela comunidade local. A praia central de Balneário Camboriú por muitos anos esteve totalmente própria para banho, com exceção dos pontais norte e sul, tradicionalmente poluídos. No entanto, a situação piorou drasticamente nos verões de 2023 e 2024, quando toda a praia central foi considerada imprópria. O cenário reflete uma piora significativa na qualidade da água, atribuída à ineficiência do sistema de tratamento de esgoto da Emasa e à alta poluição do Rio Camboriú, que recebe o esgoto não tratado da vizinha Camboriú.
Moradores da região Sul, onde fica a ETE, sofrem com o mau cheiro constante. Margit Schumacher Todt, empresária que mora na Avenida Atlântica, o metro quadrado mais caro do país, expressa sua indignação. “Já está em tempo ter algum político que se manifeste em favor do meio ambiente. Moro aqui há mais de 13 anos e o descaso é evidente. Além da ineficiência no tratamento, que despeja todo esse material no Rio Camboriú, o mau cheiro chega a arder as narinas. Tenho vergonha de receber visitas em minha casa”, desabafa.
Juliana Pavan confirma que dona Margit não está sozinha. “Recebo em minhas redes sociais várias manifestações e denúncias. Meu projeto de Lei é mais uma medida concreta visando auxiliar o Executivo no enfrentamento e resolução deste problema”, encerra.
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