Texto: Bola Teixeira
O Paulinho (editor do blog)) pediu para escrever algo sobre o padel justamente quando após um final de semana simbólico que marcou o 50 (quinquagésimo) título de um brasileiro na principal liga do mundo na era moderna da modalidade, o gaúcho Pablo Lima. Mas, por que, era moderna e principal liga do mundo? Vamos falar um pouco de padel, então.
O jogo de raquete praticado numa quadra cercada de 10×20 metros chegou em Balneário Camboriú no final de 1989 com a inauguração do Santa Fé Paddle, um pequeno clube com duas quadras localizado em dois lotes da Rua 600, de propriedade do argentino Edgardo Duffort. Era a primeira onda da modalidade que vivia uma febre na Argentina e no Rio Grande do Sul.
O tempo passou, o paddle decaiu, mudou de nome para pádel (depois caiu o acento), mudaram as regras, as quadras, antes cercadas de grades e paredes com piso de cimento, deram lugar para quadras cercadas de grade e vidro com piso de grama sintética.
A adoção do vidro foi fundamental para viabilizar a modalidade para transmissão de TVs. Marcas ligadas ao tênis como Adidas, Head, Dunlop, Prince, Babolat, Asics investiram no padel lançando modelos de raquetes ao lado de marcas segmentadas como a Drop Shot, Nox, Starvie, entre outras.
Até que surgiu o World Padel Tour (WPT) em 2013 que podemos considerar como a era moderna do padel. Sucessor do Padel Pro Tour, o WPT passa a atrair mais patrocinadores e interesse de atletas que viram nessa nova era a chance da profissionalização. Baseado na Espanha, o WPT atrai jogadores da Argentina e da própria Espanha, além do Brasil que teve na figura de Marcelo Jardim o seu grande vanguardista quando transferiu residência para a Espanha. Neste final de semana o padel passou por mais duas marcas na sua expansão mundial com torneios sendo realizado em Toulouse, na França (WPT) e em Budapeste,
na Hungria (APT). Os mundiais, realizados em equipes, vem recebendo mais nações a cada ano que passa.
Para resumir, hoje o padel mundial conta com o WPT e mais duas ligas. O APT, comandado pelo multimilionário Fabrice Pastor (ex CEO do WPT) e, recentemente, a criação da uma nova liga, o Premier Padel, patrocinado por o não menos arquimilionário sheik Nasser Al-Khelaifi , que já foi tenista ranqueado.
Entre os atletas nenhum supera o argentino Fernando Belasteguin que iniciou seu reinado em 2006 (ao lado de outra lenda, Juan Martin Diaz com 116 títulos) e hoje soma 160 vitórias (62 na era WPT). Um de seus parceiros nessa trajetória foi o brasileiro Pablo Lima (2015/2018) com quem ganhou 36 vezes. Pablo neste final de semana venceu seu 500 título desde que foi criado o WPT, tornando-se o seu segundo maior vencedor. Pablito venceu 65 vezes, entre os períodos de Padel Pro Tour e WPT.
Atualmente são dois espanhóis os melhores do mundo, a dupla Juan Lebrón e Ale Galán.
Padel recreativo
A grande virtude da modalidade é a integração familiar que ele oferece. De fácil aprendizado, o padel é capaz de reunir pai, mãe e filhos. É uma forma de fazer amigos e que rende muitas resenhas. Em Balneário Camboriú há o PAR (Padel, Amigos e Resenha) e o TPM, torneio só de mulheres, como exemplos de confraternização.
Além disso, idade não é limite no confronto dentro de quadras. Um exemplo vivo disso aconteceu no torneio do Delta Padel (maior complexo de quadras de padel da América Latina localizado em Camboriú) realizado no último final de semana quando se enfrentaram Gustavo Grecco, 57 anos, e José Luis Basualdo, 54 anos, representantes da época do “paddle”, contra os jovens sub 16, Bernardo Rigon e Enzo Silva, num jogo disputado no mesmo nível de qualidade. Esse é o padel, uma modalidade que briga para ser olímpica e que atrai cada vez mais adeptos E mundo afora. Aqui no Brasil se tem notícia de sua expansão pelos estados do sul, mais Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Mato Grosso do Sul.
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