A deputada estadual Paulinha (Podemos) denunciou episódios de violência política de gênero que sofreu recentemente durante o discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) desta quarta-feira, 26. Em sua fala, ela citou a lei 14.192/2021, sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro, que tipifica esse tipo de violência e estabelece penas de 1 a 4 anos de reclusão para atos que tenham por objetivo excluir mulheres da política ou restringir o exercício de suas funções.
Paulinha relatou que, desde o dia 18 de março, enfrenta um episódio que reabriu uma “ferida” em sua trajetória pública. Ela explicou que foi alvo de declarações do deputado Ivan Naatz (PL) em um grupo de mensagens da Bancada Parlamentar do Vale do Itajaí. No grupo, Naatz chamou Paulinha de golpista sucessivas vezes por assumir a coordenação do grupo, em detrimento a outro parlamentar de sua escolha. A deputada mencionou que tentou conduzir a conversa de maneira harmoniosa, mas se sentiu atingida pelas várias acusações.
Aliás, o próprio deputado participou da reunião em que Paulinha foi eleita, em comum acordo com os colegas, como a coordenadora da Bancada pelos próximos 5 meses. Naatz deixou a reunião antes do fim, mas reforçou que apoiaria qualquer que fosse a decisão dos colegas. Paulinha e o deputado Oscar Gutz alinharam com os membros presentes da bancada para dividir a coordenação do grupo em 2025.
Comentário na página da Alesc
Além dos ataques no grupo de mensagens, a parlamentar também citou um comentário do deputado sobre sua roupa em uma publicação oficial na página da Assembleia Legislativa. Em uma postagem sobre as prioridades da bancada do Vale do Itajaí, Naatz respondeu e apoiou comentários que descredibilizavam a liderança da deputada por conta da sua roupa.
No discurso desta quarta, Paulinha destacou que, ao longo dos anos, evitou expor esses episódios por receio de que a denúncia resultasse em mais ataques e isolamento. Ela afirmou que sempre buscou o diálogo, mas que a maturidade a fez perceber que a única forma de combater esse tipo de situação é por meio do enfrentamento.
Por fim, Paulinha mencionou a violência política de gênero sofrida recentemente por outras mulheres com mandato, como em Joinville e Santa Cecília, e questionou como poderia incentivar vítimas a denunciarem abusos se permanecesse em silêncio diante dessa situação. “Propor e aprovar leis em favor das mulheres é importante, mas se não estivermos dispostos a cultivá-las e a cumpri-las, não merecemos a honra de estar aqui”, concluiu a parlamentar.
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