A denúncia da 10ª Promotoria de Justiça da Comarca de Lages cita os crimes de lesão corporal (duas vezes), cárcere privado, perseguição e invasão a dispositivo de informática. O objetivo é que o agente político seja condenado pelas práticas.
Na noite de 22 de março deste ano, a população de Lages foi surpreendida com a notícia de que um agente político do Município havia sido preso em flagrante por, supostamente, agredir a ex-namorada e mantê-la em cárcere privado durante pelo menos 12 horas. O episódio repercutiu rapidamente em todo o estado, por envolver violência contra mulher.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu a prisão preventiva durante a audiência de custódia, mas o agente político pagou uma fiança e foi liberado. A sequência das apurações trouxe à tona novos fatos, e agora ele foi denunciado pela 10ª Promotoria de Justiça da comarca e se tornou réu em uma ação penal por duas lesões corporais, cárcere privado, perseguição e invasão a dispositivo de informática.
Todos esses crimes estão previstos no Código Penal brasileiro, e o objetivo do MPSC é que o agente político seja condenado por eles. Segundo a denúncia, o agora réu já havia agredido a moça pelo menos uma vez, no primeiro dia do ano, logo após tomar posse para o cargo público. Na época, os dois ainda namoravam, e o agente político teria apertado os braços e o rosto da vítima por ela não querer postar uma foto com ele nas redes sociais.
Ainda de acordo com a denúncia, na noite anterior à prisão, o réu teria convencido a ex-namorada a entrar no carro para tentar reatar o relacionamento. Porém, ao perceber que não atingiria o objetivo, ele teria dado a partida no veículo e levado a vítima à força até sua casa, chaveado todas as portas e janelas para que ela não pudesse deixar o local, e ligado o ar-condicionado para que possíveis pedidos de socorro não fossem ouvidos pelos vizinhos.
Então, o agente político teria se trancado no banheiro e tentado, sem sucesso, acessar o celular da ex-namorada. Na sequência, ele teria saído do cômodo e pedido a senha do aparelho para apagar mensagens comprometedoras, mas não teria sido atendido, então, teria desferido tapas no rosto da vítima e a sufocado com um travesseiro.
A moça só foi liberada do cárcere depois de dizer que amava o agressor e que não o denunciaria. Porém, mais tarde, ela foi convencida pela irmã a ir até a delegacia registrar um boletim de ocorrência e teria sido seguida pelo agente político enquanto se dirigia ao local. A prisão em flagrante foi feita na rua pela guarnição de plantão e, posteriormente, expediu-se uma medida protetiva para impedir qualquer aproximação.
A denúncia ainda cita vários episódios anteriores em que o agente político teria perseguido a vítima, frequentando os mesmos lugares que ela, enviando mensagens ameaçadoras, acompanhando sua rotina por meio do perfil do Instagram de uma repartição pública, fazendo ligações de números desconhecidos e estacionando o carro próximo à residência dela para coagi-la. O caso segue tendo grande repercussão na cidade.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC
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